Médica obstetra comenta cuidados e esclarece principais dúvidas
O período de pandemia da Covid-19 tem sido estressante para a população em geral. Porém, mulheres grávidas podem sofrer ainda mais com essa fase já que a tensão excessiva pode provocar riscos durante a gestação. Resultados preliminares de um estudo canadense ainda em andamento, intitulado Gestação Durante a Pandemia, revela que os níveis de ansiedade e depressão desde o início da pandemia estão acima do normal entre as gestantes.
Dra. Rebecca Sotelo, médica ginecologista obstetra, diz que esse é um reflexo das preocupações gerais que rondam a sociedade atualmente. “O medo excessivo está presente na maioria dos lares. Na gestação esse sentimento pode ser ainda maior levando em consideração os hormônios que trabalham nesse período, além da preocupação em sair da quarentena para realizar os exames obrigatórios do pré-natal”, relata.
Porém, Dra. Rebecca destaca que os cuidados devem ser constantes para evitar riscos a mãe e ao bebê. “Seguindo todas as recomendações de segurança com higienização frequente, uso de máscaras e evitar aglomerações, as mães devem continuar frequentando o médico. As clínicas e hospitais já estão preparadas para receber esse público exatamente levando em consideração a importância do acompanhamento médico nessa fase”, garante.
Gestantes fazem parte do grupo de risco?
Atualmente, para as gestantes, o principal medo é o risco de complicação para si mesma e o bebê caso sejam acometidos pelo novo coronavírus. A médica também esclarece os dados sobre essa possibilidade: “A primeira coisa que a gestante precisa ter em mente é que as taxas de mortalidade da Covid-19 durante a gestação e parto parecem ser semelhantes à população geral. Porém, o risco aumenta para pacientes com outros fatores de risco, tais como hipertensão e diabetes, principalmente se não estiverem controlados adequadamente durante o pré-natal”, explica.
De acordo com a médica, um cuidado maior deve ser realizado no pós-parto, momento que talvez tenha uma taxa de complicações maior. “Nessa fase, o acompanhante pode ajudar monitorando os possíveis sintomas da paciente, tais como: febre, tosse, dor de garganta, falta de ar, vômitos e diarreia. Caso a mulher apresente sintomas ou uma piora do seu quadro, o acompanhante deve informar à equipe técnica (médicos e enfermeiros). Caso a paciente e seu acompanhante já estejam em casa, o acompanhante pode telefonar para 136 e solicitar orientação diretamente ao Ministério da Saúde”, orienta.
Fonte: Dra. Rebecca Sotelo, Médica ginecologista obstetra, com pós-graduação em uroginecologia. Especialista em tratamento de incontinência urinária, prolapso genital e outros distúrbios do assoalho pélvico feminino. Formada em medicina pela UNIRIO e Pós-Graduação em Uroginecologia pela Fiocruz.