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Vinte e três marcas americanas têm pretensão de entrar no país e várias delas querem vir para BH, entre elas a Pollo Tropical e o Hooters, famoso pelos trajes de suas garçonetes
Empresas americanas franqueadoras de redes de alimentação estão batendo às portas do mercado brasileiro e sendo recebidas com a receptividade característica de um país que apresenta baixo índice de desemprego, confiança do consumidor em alta e massa salarial crescente. Segundo a especialista em desenvolvimento de mercado do Departamento de Comércio dos Estados Unidos Denise Barbosa, o interesse em iniciar operações no Brasil é cada vez maior. “A demanda de restaurantes e empresas de serviços cresceu muito. Atualmente, 23 marcas americanas estão querendo entrar no país”, afirma.
Entre elas, a Pollo Tropical, especializada em frango grelhado e uma das maiores redes dos Estados Unidos. O vice-presidente sênior de Desenvolvimento Internacional da marca, Marc Mushkin, já esteve no Brasil para encontros com potenciais investidores, que incluem mineiros. Segundo a rede, por ser a sexta cidade mais populosa do país, Belo Horizonte está entre os municípios com o melhor cenário para receber as primeiras unidades.
“A empresa está presente na Flórida, onde o fluxo de turistas brasileiros é grande, especialmente de mineiros, por isso o foco nesse mercado”, explica Denise. Segundo ela, o fato de o frango ser uma tradição na culinária local também faz de Minas um mercado de grande potencial. Além de BH, Curitiba, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro também estão na rota de investimentos, que não são baixos. “O custo de uma loja de shopping é de US$ 700 mil e, na rua, pode chegar a US$ 1,6 milhão, de acordo com o tamanho”, explica Denise.
Outra que também pretende colocar os pés em solo nacional é a Papa John’s, uma das maiores redes de pizzarias dos Estados Unidos. No final deste mês, os diretores da empresa estarão no Brasil para reuniões com os potenciais investidores. O Hooters – restaurante reconhecido pelos trajes mínimos de suas garçonetes – já desembarcou por aqui. A primeira unidade foi aberta em São Paulo e o plano de expansão inclui todas as cidades sede da Copa do Mundo de 2014, entre elas, Belo Horizonte. A rede já reconheceu a prospecção do investidor e local para a instalação do restaurante na capital mineira.
Marcas como T.G.I. Friday’s, rede que fechou todas as unidades no país, estão se reposicionando no mercado nacional. “Eles resolveram abrir um centro de distribuição em São Paulo e vão regionalizar os franqueados. Acabaram de fechar um contrato em São Paulo e vão começar a abrir para outros mercados”, antecipa Denise. Os investimentos não devem parar por aí. Até o início de 2012, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos pretende realizar uma rodada de negócios nos principais estados do país, entre franqueadores americanos e investidores brasileiros, para intermediar novas propostas.
Sucesso garantido O também norte-americano Subway já possui 40 unidades em Belo Horizonte e não pretende parar por aí. Segundo Luis Filipe Ribeiro, agente de desenvolvimento da marca em Minas e Espírito Santo, a rede também tem intenção de seguir para o interior do estado. “Principalmente para as cidades que possuem mais de 100 mil habitantes”, afirma. Até o final de 2012, serão 20 novos restaurantes com o conceito de sanduíche saudável no estado. O McDonald’s também mira nas cidades do interior. Até dezembro, será inaugurada uma unidade em Montes Claros, no Norte do estado.
Nacionais também esperam crescer
Não são apenas as norte-americanas que possuem grande perspectiva de crescimento no mercado brasileiro. A rede de fast food Bob’s planeja duplicar o número de lojas em Belo Horizonte até 2013, hoje em 19. O foco mudou. A intenção agora é abrir unidades de rua. A primeira está em funcionamento no centro da capital e uma nova já está em vista para o início do próximo ano. Para se ter uma ideia, o setor de franquias cresceu 20,4% em 2010 e espera outros 15% de expansão para este ano.
Segundo o diretor da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Aristides Newton, a economia e a estabilidade política de Minas Gerais colocam o estado entre os principais mercados de franquias do país. “Além disso, Minas tem mais de 800 municípios, com várias polos econômicos regionais”, observa.
O fato de Belo Horizonte estar entre as capitais que sediarão a Copa do Mundo de 2014 também atrai investimentos. “Isso desperta a atenção das franquias porque elas sabem que aqui terá um grande fluxo de turistas, tanto na fase pré-Copa, em 2013, como depois”, pondera. Uma particularidade do estado, que justifica grandes sucessos e outros marcantes fracassos – como o Pizza Hut, que não decolou por aqui – está relacionado à tradição de consumo regional. “O mineiro tem uma gastronomia reconhecida por sua excelência. Além disso, os consumidores têm uma certa desconfiança e demoram a assimilar o conceito de um novo negócio”, avalia.
Para Ademar Pahl, organizador da 12ª Franchising Fair – Feira Nacional de Franquias, que acontece entre quinta e sábado no Minascentro, a identidade com o negócio também é fundamental para garantir a sobrevivência no mercado. Para isso, não basta apenas ter o capital para investimento. “É preciso buscar o perfil. Se o do empreendedor é do setor de alimentação, não dá para ir para o mercado de escola de línguas”, afirma.
O que não faltam são opções de negócios. Na 12ª edição da Feira Nacional de Franquias, serão reunidas mais de 100 marcas em 60 estandes durante os três dias de evento. Para começar, os investimentos partem de R$ 5,4 mil e podem chegar a R$ 800 mil. “Mas os mais procurados são aqueles abaixo de R$ 50 mil”, pondera Ademar.
É preciso ter em vista que o retorno do aporte é de médio e longo prazo, podendo variar entre 24 e 36 meses de acordo a marca. Por isso o capital de giro é fundamental para prolongar os negócios. “Antes de fazer a escolha também é fundamental visitar pelo menos três franqueados da marca para saber o suporte e a atenção dada pela rede franqueadora”, aconselha Ademar. (PT)
Fonte: Estado de Minas
