FLI BH 2023 homenageia Lélia Gonzalez em evento no CCBB de 16 a 20 de novembro

Lélia Gonzalez – Acervo Pessoal.

 

Serão oferecidas atrações diversas e gratuitas, como lançamentos de livros, rodas de conversa e oficinas Festival vai receber a 7ª edição do “Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais”, com a participação de mais de 30 editoras Estudantes e educadores da rede municipal de educação receberão mais de 10 mil vales-livros

 

A 5ª edição do  Festival Literário Internacional de Belo Horizonte – FLI BH, realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Periférico, vem acontecendo desde setembro, com diversas ações descentralizadas na capital mineira. Entre os dias 16 e 20 de novembro será realizada mais uma etapa, o tradicional evento que reúne escritores, poetas, ilustradores, narradores de histórias, grupos de teatro, músicos, produtores, editores, pesquisadores e leitores, envolvendo lançamentos de livros, rodas de conversa, oficinas e atrações diversas. Todas as atividades, gratuitas, vão acontecer no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB-BH, na Praça da Liberdade.

Iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, a quinta edição do Festival, que homenageia a  escritora mineira de Belo Horizonte, Lélia Gonzalez, uma das mais importantes intelectuais brasileiras do século XX, reúne programação intensa que contará com nomes importantes do setor. É o caso de François Dosse, historiador e sociólogo francês; a colombiana Lady La Profeta, atual campeã da Copa do Mundo de Poesia Falada; os escritores João Silvério Trevisan, Lilia Guerra, Joice Berth, Dalva Maria Soares, Laura Cohen, José Eduardo Gonçalves e Marilda Castanha, entre muitos outros.

Para a secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, o FLI BH é uma importante política pública do município dedicada à valorização e ao desenvolvimento da literatura e da leitura não só em Belo Horizonte, mas também em outros lugares de Minas Gerais e do Brasil. “A Prefeitura de Belo Horizonte vai oferecer ao público programação rica, extensa e contemporânea. Além disso, o Festival cumpre o papel de promover uma grande articulação entre editores e autores, possibilitando aos participantes o acesso a uma produção cultural potente e diversa. Estruturamos o 5º FLI BH como uma ação estendida e continuada, de difusão e formação, que se expande para a cidade com programações nas 22 bibliotecas da Cultura Municipal, nas livrarias de rua da cidade, especialmente na Savassi, o bairro das letras, no Circuito Literário de BH e agora no CCBB, no coração de Belo Horizonte. É Belo Horizonte reafirmando sua vocação de cidade literária”, comemora.

A presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Ferés, celebra a realização de mais um festival. “A produção artística do Fli BH está sempre antenada com as mudanças sociais no país e homenagear a filósofa e escritora Lélia Gonzales, uma referência nos estudos de gênero e raça no Brasil e América Latina, é um destaque da 5ª edição do festival. Teremos autoras e autores convidados que estão produzindo literatura inspiradas pela Lélia e seus ideais do feminismo negro. Mas o FLI BH é também lugar de muita literatura infanto-juvenil incentivado a formação de público de leituras e bibliotecas, uma ação constante da Prefeitura de Belo Horizonte para estimular a cadeia produtiva do livro e do leitor”.

“A 5ª edição do Festival contempla a literatura em sua diversidade, tanto na natureza das atividades, quanto de públicos, estilos e regiões. Nesta edição buscamos reunir os atores e apreciadores da literatura em cinco dias de ricos encontros de grandes nomes, quando haverá também a oportunidade de conhecer novos autores e trabalhos e o que vem sendo produzido no nosso estado”, explica Gabriela Santoro, diretora do Instituto Periférico.

A partir da parceria com a Secretaria Municipal de Educação da cidade, SMED-BH, serão distribuídos mais de 10 mil vales-livros na Feira Literária, que poderão ser trocados, pelos alunos e educadores, pelas diversas obras disponíveis, que abrangem desde os clássicos da literatura infantil até as mais recentes criações contemporâneas. O público em geral também pode adquirir livros e participar da programação do evento, que contará com mesa de debate e narração de histórias em homenagem a Marcelo Xavier. Reconhecido por prestigiosos prêmios literários no Brasil, Marcelo é autor de mais de 20 livros, a maioria para crianças, e é destaque na ilustração tridimensional com massinha.

A Prefeitura de Belo Horizonte se associou à Câmara Mineira do Livro para realizar a 7ª edição do Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais dentro da programação do FLI BH. O Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais, que retorna ao formato presencial, terá a participação de mais de 30 editoras com uma diversidade de obras literárias, oferecendo ao público uma ampla produção editorial para crianças e jovens. “Minas Gerais possui uma grande tradição literária, e a chegada do Salão do Livro Infantil e Juvenil à 7ª edição marca a sua consolidação como um dos mais importantes eventos literários do país, dedicado às crianças e aos jovens. Esperamos que todos se divirtam e fortaleçam o hábito e o prazer pela leitura”, afirma Felipe Mayrink, Presidente da Câmara Mineira do Livro.

O FLI BH 2023 é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, e do Instituto Periférico. Conta com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais, por meio dos recursos do Fundo Especial do Ministério Público do Estado de Minas Gerais – FUNEMP, e com a parceria cultural da Câmara Mineira do Livro, do Sesc em Minas e do Centro Cultural Banco do Brasil. O Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais, organizado pela Câmara Mineira do Livro e patrocinado pelo Mater Dei, integra o FLI-BH por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

Este ano, o FLI BH já marcou presença na Expo Favela Minas, dias 15 e 16 de setembro, que aconteceu pela primeira vez no estado, buscando ampliar o protagonismo de vozes periféricas, além de exaltar a literatura e a produção literária das favelas. De 6 a 10 de novembro, promoveu atividades gratuitas nos 17 Centros Culturais da PBH, distribuídos nas nove regionais da cidade, descentralizando o acesso à cultura. E no dia 11 de novembro, aconteceu o Circuito FLI BH de Livrarias, com programação construída em parceria com os livreiros. Após o grande encontro no CCBB, o Festival continua com suas ações descentralizadas e finaliza a programação em uma ação especial de comemoração do aniversário da cidade, em dezembro.

 

A HOMENAGEADA LÉLIA GONZALEZ

 

Afirmando seu compromisso com a diversidade de autorias e produções editoriais, assumido desde a primeira edição, o Festival consolida-se como encontro de vozes diversas e ideias transformadoras e traz como homenageada a mineira de Belo Horizonte, Lélia Gonzalez. Escritora, política, professora, filósofa e antropóloga, foi pioneira nos estudos sobre cultura negra no Brasil e co-fundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro, do Movimento Negro Unificado e do Olodum.

 

 “Vozes e ideias para vidas justas” é o tema da 5ª edição do FLI BH, abrangendo o universo simbólico da produção de Lélia Gonzalez, com ênfase nas lutas e pesquisas da autora, especialmente direcionadas a grupos minorizados no cenário nacional e latino-americano. Trata-se também de um convite do Festival para a transformação, a igualdade e a empatia, refletindo de maneira consistente e poética a proposição curatorial desta edição. 

Para Lélia Gonzalez, a linguagem cultural precisava ser subvertida, já que o sexismo e o racismo eram as marcas profundas da cultura de dominação brasileira e latino-americana. Uma das contribuições teóricas de Lélia é o conceito “pretuguês”, termo criado para pensar a formação da identidade cultural brasileira por meio das palavras provenientes de idiomas africanos. A autora criou também o termo amefricanidade, que busca reagir às formulações norte-americanas autorreferenciadas que se impunham sobre as demais partes do continente. 

Vida e obra de Lélia Gonzales têm recebido atenção na última década. Ela tem sido homenageada de várias formas. Em 2015, em Brasília, o recém-inaugurado prédio da Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu o nome Lélia Gonzalez. Em 2020, a LASA, maior encontro acadêmico do mundo voltado para a produção científica sobre a América Latina, homenageou a intelectual nomeando seu evento de “Améfrica Ladina”, termo que Lélia Gonzalez usava para se referir à formação do continente, marcando suas influências indígenas e africanas, além da ibérica. 

Em consonância com o pensamento da homenageada, a ilustradora Carol Fernandes criou ilustrações que expressam anseios centrais do nosso tempo: a reivindicação de vidas justas, que buscam a convivência pacífica entre grupos sociais, a celebração da infância e a proteção da biodiversidade e do meio ambiente.

 

“Nós, da família de Lélia Gonzalez ficamos sempre muito orgulhosos e honrados com essas justas homenagens a essa grande figura que teorizou nossa luta e deu voz aos que precisam, no Brasil e em outros lugares do Mundo. Lélia Gonzalez viveu e lutou pela igualdade e acreditava que ela era real e possível! Parabéns pela homenagem, estamos todos muito felizes por mais esse reconhecimento”, comenta Melina de Lima, neta da autora. 

 

FESTIVAL LITERÁRIO INTERNACIONAL DE BELO HORIZONTE – FLI BH 

O Festival Literário Internacional de Belo Horizonte – FLI BH – nasceu em 2015, da convergência de políticas públicas de acesso ao livro, à leitura e à literatura que a Prefeitura desenvolve através da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura. Realizado a cada dois anos, além de ser a culminância das ações destinadas ao acesso ao livro e à promoção da leitura na capital mineira, o festival é inteiramente dedicado à literatura oferecendo oficinas de leitura, escrita literária e ilustração, mostra de cinema, narrações de histórias, rodas de leitura, palestras, feira de livros e diversas atividades voltadas ao universo literário. 

Seu propósito é trazer à cena a diversidade que a literatura expressa. Às vozes do texto literário, somam-se as vozes das ruas, dos saraus, da academia e a voz do público leitor.   

Durante os dias de Festival, essas vozes ecoam em oficinas, saraus, recitais, leituras, debates e lançamento de livros. A ideia é romper com as divisões entre centro e periferia, entre guetos, grupos e classes sociais, entre o tradicional e o novo, e nos apossarmos da força que vem de diferentes territórios, com a variedade de culturas, de gêneros e de opções de expressão. 

Das atividades humanas, a arte é a que mais nos lembra que precisamos de emoção para prosseguir. A literatura ocupa aqui um lugar especial por ser capaz de acolher toda a diversidade, emprestar voz aos que não podem falar, falar de igual para igual com aqueles que querem silenciar o outro. Ela possibilita a troca de experiências, o diálogo entre os saberes, a reflexão sobre as conquistas e perdas individuais e coletivas.

PROGRAMAÇÃO

 

O FLI BH terá início, todos os dias, com o Salão do Livro Infantil e Juvenil de MG, a feira de livros que estará aberta à visitação das 9h às 21h.

 

Quinta-feira, 16/11

A programação começa com narração de histórias com Wander Ferreira, bibliotecário na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte.  Na roda de leitura “A canção de Adity Bollà”, Carlandreia Ribeiro, Wagner Junio Ribeiro e Jacó Nascimento narram histórias de tradição popular africana. Carlandreia e Wagner seguem na próxima Roda de Leitura, “Encontro das águas: a poética de Conceição Evaristo e a voz insurgente de Lélia González”, que apresenta narrativas de Conceição Evaristo e do pensamento de Lélia Gonzalez.

 

A abertura do evento acontece às 19h e, em seguida, às 19h30,  conferência inaugural “A dimensão educativa no pensamento de Lélia Gonzalez”, com Nilma Lino Gomes (ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, pesquisadora, além de professora titular da Faculdade de Educação da UFMG), e mediação de Dalva Maria Soares (escritora que integra a coordenação artística do evento).

 

Sexta-feira, 17/11

 

Uma das primeiras atividades do dia é a Oficina “Meu livro de memórias”, ministrada pela artista visual Beatriz Mom. Os participantes serão convidados a dialogar poeticamente com suas lembranças e experiências para criar, confeccionar e encadernar seu próprio livro de memórias, à moda cartonera, utilizando capas de papelão e costura manual. Outras oficinas farão parte da programação do dia: “Zinelab Lélia Gonzalez” e “Gravura em embalagem longa vida”. Ministrada pela escritora e editora Karine Bassi, a Zinelab explora o processo completo de criação de fanzines, desde a produção independente até a publicação, tendo como tema o pensamento de Lélia Gonzalez. Já na oficina de gravura, Natália Gregorini, escritora e ilustradora, apresenta princípios da ponta-seca, técnica da gravura em metal.

 

A programação de palestras se inicia com “Histórias Indígenas”, apresentada por Yaguarê Yamã,  professor e autor indígena amazonense, do povo Maraguá, com mediação de Samuel Medina. Yaguarê percorrerá as etapas de criação, publicação e a leitura de histórias indígenas, especialmente as de sua autoria. O escritor publicou, entre outros, os livros “Olhos de jaguar”, “Guayarê – o menino da aldeia do rio” e “Pequenas guerreiras”. Com mediação de Agripina Vieira e Isabel Cristina Vieira, as obras do autor ainda serão tema da roda de leitura “Histórias Indígenas”. Agripina e Isabel são coordenadoras da Biblioteca Comunitária Corrente do Bem, em Santa Luzia.

 

A próxima palestra, “Biblioteca da gente: tudo em todo lugar, ao mesmo tempo”, reflete sobre as possibilidades de atuação das bibliotecas de acesso público na promoção de vidas justas para todas as pessoas, à luz de experiências na América Latina. Será ministrada pelo presidente do Programa Ibero-Americano de Bibliotecas Públicas – Iberbibliotecas, o chileno Gonzalo Oyarzún, e mediada pelas bibliotecárias Cleide Fernandes e Patrícia Renó. “A quem pertence essa dor?” será apresentada por João Silvério Trevisan, que recebeu três vezes o Prêmio Jabuti e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA. A palestra explora o caráter literário e pessoal da escrita, tendo como fio condutor a experiência do autor, com mediação de Luiz Morando, pesquisador da memória LGBTQIAP+ de Belo Horizonte.

 

Neste dia, as narrações de histórias para crianças e adolescentes começam às 9h, com Paulo Fernandes, livreiro, escritor, narrador de histórias e ativista literário. A Cia. Canta Contos conduz a próxima, também para o mesmo público. Formada pela narradora Bárbara Amaral e pelos músicos Babu Xavier e Tininho Silva, a Canta Contos é uma companhia de narração artística de histórias com caráter lítero-musical, que ainda apresenta, no mesmo dia, o espetáculo “O menino sabino”. As contadoras de histórias da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte, Maria Célia Nunes e Marly com Y, conduzem a narração de histórias da escritora Conceição Evaristo.

 

A mesa de debate “A escrita e a leitura de nossas existências” fecha o dia, abordando a leitura, a escrita e a publicação de autorias e narrativas LGBTI+ no Brasil. A mesa contará com Menino Jazz, autor de “Abaixo a luz do sol” e dos zines “Tudo está dentro” e “Coragem”, e Karine Bassi, presidente da Associação Literária, Educativa e Cultural Venas Abiertas, que tem como objetivo a produção e disseminação da literatura produzida por pessoas à margem do mercado editorial. O jornalista, produtor cultural, idealizador do Projeto Verve e assessor especial da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Fredy Antoniazzi, media a conversa.

 

Sábado, 18/11

O único dia da programação que contará com a feira de autores, editores e artistas gráficos independentes, com curadoria de João Perdigão. O dia também começa com as oficinas  “Meu livro de memórias” e “Expressão literária como expressão pessoal”. Palestrante do dia anterior, João Silvério Trevisan, conduz a última, que explora caminhos para o aprimoramento da expressão pessoal, particular de cada um, por meio da literatura. Outras diversas oficinas continuam ao longo da programação. “Inventando passarinhos”, de Carol Fernandes, convida crianças e adultos a criarem a própria coleção de passarinhos, por meio da técnica de colagem. Carol é escritora e ilustradora, premiada pelo Selo Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio 2021 com o livro “Se eu fosse uma casa”. A partir de brincadeiras de tradição oral, a oficina “Uma história pode ser uma brincadeira” convida as crianças e suas famílias à experimentação da ludicidade. A professora, psicopedagoga e estudante de Biblioteconomia, Flávia Paixão, conduz a atividade. A oficina “Arte sequencial” amplia o olhar dos participantes para as formas de se contar uma história, a partir da produção de quadrinhos. Quem a lidera é a quadrinista Ana Cardoso, que ilustrou diversos livros para o segmento editorial infantil e em 2022 publicou “Mingau”, da Maurício de Sousa Produções.

 

No Auditório 2, a oficina “Vivências Musicais”, será oferecida por Isaac Luís para bebês e adultos que os acompanham em uma vivência dinâmica e envolvente. Mestre em Educação Musical pela UFMG, Isaac integra a Cia. Pé de Moleque e é professor de musicalização infantil, com atuação em escolas, casas de brincar e projetos especiais para a infância. A última oficina do dia, conduzida por Gabriel Nascimento, “Imprimindo letras: uma pequena experiência tipográfica”, apresenta o sistema de impressão tipográfica, refletindo sobre o desenho e sonoridade das letras.

 

Cinco mesas de debate farão parte da programação. A mesa “Que histórias precisamos e desejamos contar?”, com Laura Cohen, Lilia Guerra e mediação de Cecília Castro, traz a experiência das autoras, como ponto de partida para refletir sobre as histórias que escolhem contar, em meio a muitas que continuam silenciadas. Instigadas pela jornalista e pesquisadora Etiene Martins, Bethânia Amaro e Juliana Leite discutem a experiência de vencer o Prêmio Sesc de Literatura, que completa 20 anos, respectivamente, em 2023 e 2018, na mesa “Escrever, publicar e ser lida: a potência dos prêmios literários”. Ana Elisa Ribeiro e Dalva Maria Soares estão na mesa “Contemporâneas: como escrevemos e publicamos hoje”, com mediação de Rodrigo Teixeira. Ana conquistou o Prêmio Jabuti na categoria Juvenil, com o livro “Romieta e Julieu”. Dalva é autora de “Para diminuir a febre de sentir”, “Do Menino” e “Me ajuda a olhar!”, todos publicados pela editora Venas Abiertas.

 

Fé, ancestralidade e democracia: o direito de ser quem somos”, conta com a jornalista Makota Célia Gonçalves Souza, coordenadora nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira, e com Pedrina de Lourdes Santos, conhecida como Capitã Pedrina, pesquisadora em história e cultura afro-brasileiras. A mediação é de Rafaela Lima, pesquisadora na arte da luta anti racista. O Clube do Livro BH ainda convida Jim Anotsu e Lavínia Rocha, com mediação de Letícia Pimenta, para troca de experiências sobre leituras.

 

No pátio do CCBB, serão apresentados os livros “E a princesa não queria casar”, de Ana Elisa Ribeiro (Yellowfante, 2023), “Fevereiro”, de Carol Fernandes (Caixote, 2023), e “Madalena”, de Natália Gregorini (Livros da Matriz, 2019). No espaço, também acontecem diversas apresentações artísticas. Marilda Castanha, Nelson Cruz e Cecília Castanha pintam ao vivo imagens inspiradas em Carlos Drummond de Andrade, uma homenagem aos 120 anos do poeta. A Cia. Bando, que investiga o universo dos contos e mitos para transformá-los em espetáculos, apresenta o espetáculo “Matias e a estrada infinita do tempo”. O espaço também contará com a intervenção “Andanças Urbanas”, projeto de dança e música que promove interação com o espaço urbano e o público nele presente, da Ananda – Cia. de Dança Contemporânea. A programação do pátio fecha com a batalha de poesia do Slam Clube da Luta, que convida Lady la Profeta.

 

Domingo, 19/11

Autor de muitos livros para crianças e reconhecido pelos mais prestigiosos prêmios literários no Brasil, Marcelo Xavier é o grande homenageado na mesa “Asas de papel para muitos voos da imaginação”, com Claudia Prates, Lourdinha Mendes e mediação de Leida Reis. O trabalho do artista plástico, escritor, ilustrador, cenógrafo e figurinista com a massinha de modelar ainda será o fio condutor da oficina “Modelagem com massinha”, ministrada por Luiza Xavier. Outro destaque é a presença do historiador e sociólogo francês, François Dosse, na mesa de debate “Pensar, sentir e viver junto hoje: convites à experiência em tempos de vida digital”, ao lado de Deivison Faustino, doutor em Sociologia. Com mediação de Isabelle Chagas, o encontro discute as tecnologias e sua imediatez, que alteram os modos de pensamento e as possibilidades de reflexão na atualidade, além de acirrar desigualdades. Anna Cunha, Luana Tolentino, Mariana Rosa, com mediação de Daniela Figueiredo, estão na mesa “Narrar e ler as experiências de ser criança”. Anna tem obras publicadas em oito idiomas e recebeu diversos prêmios, como o Northern Lights Award (US). Luana é escritora e, há dez anos, é professora de História em escolas públicas da periferia de Belo Horizonte. Já Mariana é fundadora do Instituto Cáue e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência.

 

No pátio do CCBB, o Sarau “Todos  estão surdos” traz o protagonismo da língua brasileira de sinais – Libras por meio da poesia, performance, contação de histórias e tudo o que envolve o espectro da identidade e cultura da comunidade surda brasileira. A programação no espaço continua com as narrações de histórias para crianças e suas famílias, com o grupo de Contadoras de Histórias da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. Lua Gondi conta histórias de Marcelo Xavier na homenagem ao autor, no Auditório 1.  O espetáculo teatral para bebês “Regalos” é outra grande atração do dia. Apresentado pela DaMa Espaço Cultural, traz poemas de Mário Quintana e cantigas de roda, convidando bebês, crianças pequenas e suas famílias a se divertirem juntos.

 

Diversas formas artísticas serão contempladas nas oficinas. Direcionada à primeira infância, “Uma viagem pela floresta: desenho de criação” é conduzida por Júlia Azeredo, formada em Artes Visuais pela escola de Belas Artes da UFMG e especialista em Psicopedagogia e Educação Criativa. Jovens e adolescentes podem participar da oficina do artista plástico e muralista Caio Ronin, “Temas do nosso tempo em colagem”, materializando, em colagens, indagações e proposições para a construção de um mundo pacífico e sustentável. Em “Como fazer um abridor de amanhecer”, Fernando Siqueira convida os participantes a brincar com a forma e o conteúdo de livros, valendo-se de várias expressões artísticas, como desenho, pintura, colagem, encadernação e técnicas pop-ups. Fernando é integrante do ALMA – Ateliê de Livros Malcriados, um espaço de criação destinado a publicações independentes. A oficina “Imprimindo letras”, com Gabriel Nascimento, também acontecerá novamente neste dia.

 

Segunda-feira, 20/11

Na última mesa de debates, “Escrever, seguir escrevendo”, Bruna Kalil Othero e José Eduardo Gonçalves apresentam seus livros mais recentes, “O presidente pornô” (Companhia das Letras, 2023) e “Pistas falsas” (Patuá, 2023) e conversam sobre a escrita, a publicação e a leitura de literatura no Brasil hoje. Também participa da mesa a fotógrafa, escritora e jornalista francesa Emilienne Malfatto, que foi repórter de guerra no Iraque e tem dois livros premiados. Já a última oficina é ministrada por Rodolfo Cascão, Mestre da Cultura Popular nomeado pelo 4º Prêmio da PBH em 2020, pelo seu trabalho com a Literatura de Cordel. “Vamos cordelizar – aprender a fazer e conhecer o  mundo do cordel” é para adolescentes, jovens e adultos.

 

Poemas de Drummond, Cecília Meireles, Neusa Sorrenti, Silas Fonseca, Roseana Murray,  Conceição Evaristo, Adriane Garcia, Manoel de Barros, Marcos Bagno e muitos outros, ganham vida no pátio do CCBB-BH, com o Coletivo Arautos da Poesia, que promove intervenções lúdicas e interativas. O dia também conta com a reapresentação do espetáculo de narração artística de histórias “O menino Sabino”, com a Cia. Canta Contos. Beatriz Myrrha conta histórias para crianças e adolescentes em “Todo mundo cabe no mundo”. A artista também estará no fechamento do evento, com o Coral dos Desafinados, no Sarau “Canção Amiga”. A atração costura poemas, principalmente de Carlos Drummond de Andrade, com canções da Música Popular Brasileira. 

Sobre Karla Monteiro

Apaixonada por fotografia e shows desde criança, sou muito eclética para música e adoro ler.

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