Mão de obra especializada em refazer a história em Minas

Trabalho dos alunos no ateliê de escultura policromada em Ouro Preto feito com precisão cirúrgicaAs mãos habilidosas da professora Maria de Lourdes Wanderley, de 59 anos, são treinadas para restaurar o rico patrimônio histórico do país, cenário em que Minas se destaca. Nascida em Furquim, distrito de Mariana, na região Central do Estado, ela cresceu vendo a mãe dar vida nova a obras de arte.

Prestes a se aposentar das salas de aula, Maria de Lourdes escolheu outra carreira para seguir. “Vou trabalhar com restauração ou alguma coisa ligada à arte. Encaro como um desafio a recuperação das coisas de época”, diz.

Para se capacitar, ela dedica quatro horas por dia (de segunda-feira a sábado) ao curso técnico de conservação e restauração da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), também na região Central, que em novembro completa 45 anos.

Especialidades

Conveniada à Secretaria de Estado de Cultura, a Faop, por meio da Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, é a única instituição da América Latina a oferecer o curso técnico em três especialidades: pintura de cavalete, escultura policromada e papel. Há 60 vagas para restauradores por ano.

Reconhecido em 2002 pelo Ministério da Educação (MEC), o curso é dividido em quatro módulos e tem dois anos de duração. “Antes de os alunos iniciarem a parte prática, eles têm aulas de arquitetura, filosofia, história da arte e outras disciplinas teóricas. O restaurador precisa emitir um diagnóstico dos objetos antes de fazer as intervenções”, ressalta a presidente da Faop, Ana Pacheco. A teoria é dada no primeiro módulo, assim como simulações em peças não originais.

Até bisturi

A partir do segundo módulo, os alunos têm contato com os objetos “reais”. São telas, imagens sacras e documentos antigos, desde o século XVII, enviados à Faop para restauração. “O restaurador é um cirurgião plástico que trabalha com estética e usa até bisturi”, afirma Ana Pacheco.

Em 2012, foram restauradas 300 obras de 21 municípios e distritos de Minas, mas a Faop recebe também peças de todo o Brasil. Por se tratar de um trabalho minucioso, a restauração dura pelo menos um ano e meio. “Como ritual da formatura, o restaurador devolve a peça devidamente recuperada ao proprietário”, afirma a diretora da escola de arte, Gabriela Rangel.
Segundo ela, 98% dos ex-alunos da Faop estão empregados em obras de restauração pelo país.

Muitos continuam trabalhando na própria fundação. É o caso de Camila de Fátima Pereira, de 21 anos, monitora do ateliê de papel. “Entrei sem saber o que era o curso, mas depois fiquei ‘viciada’. É fascinante porque nada se repete, todo dia é uma coisa nova” diz.

Sobre Ramon Rocha

Jornalista e Fotógrafo por paixão, Analista de Sistemas, empresário e administrador, me formei na Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) e venho atuando nos mais diversos segmentos empresariais na gestão de tecnologia (TI), suprimentos e recursos administrativos. Proprietário do Guia Gerais, criei este projeto com o intuíto de levar entretenimento e informações úteis para o Estado de Minas Gerais, fornecendo uma agenda de eventos atualizada, cobertura de eventos, notícias e um guia completo de empresas, produtos e serviços.

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