Templo passou por restauro de elementos artísticos e pode ser visitada de sexta a domingo, das 9h às 16h
Todo o trabalho de restauro da Matriz de Itatiaia, em Ouro Branco/MG pode ser visto por turistas e interessados em cultura e arte barroca. A igreja está aberta a visitação de sexta a domingo, das 9h às 16h. O valor do ingresso é R$ 5,00. Há gratuidade para a comunidade de Itatiaia e para crianças de até cinco anos. O valor arrecadado é utilizado pela Associação Sócio Cultural Os Bem-Te-Vis exclusivamente para a conservação e preservação da igreja, para que sempre seja possível que pessoas conheçam a história, a arquitetura e a arte da Matriz.
A abertura da Matriz de Santo Antônio para visitação faz parte das ações do plano de fomento ao turismo e à cultura, que teve início com as atividades de educação patrimonial que foram desenvolvidas em paralelo ao restauro. Os monitores, que acompanham os visitantes, cuidam da portaria e da manutenção a igreja são moradores de Itatiaia, em uma ação que reforça o sentido de pertencimento e de preservação do bem culturais mais importante de localidade.
Para Wilton Fernandes, presidente da Associação Sócio Cultural Os Bem-Te-Vis, o projeto de conservação da Matriz de Santo Antônio de Itatiaia não terminou com a entrega das obras de restauro, em 13 de junho de 2017. “E importante que a comunidade se mantenha unida e forte na preservação da nossa igreja. E Os Bem-Te-Vis estão convictos de que nossa atuação, que levou às obras de restauro, vai nos garantir uma igreja sempre preservada, mantendo Itatiaia em sintonia com sua história”, completa.
O restauro
O bem mais precioso de Itatiaia, a Matriz de Santo Antônio, estava precisando de intervenções de restauro. A comunidade se uniu para buscar formas de viabilizar as obras. A construção do projeto, sua aprovação junto aos órgãos responsáveis e a busca por patrocínio foram realizados pelos moradores de Itatiaia, por meio da Associação Sócio Cultural Os Bem-Te-Vis. O projeto previu o restauro dos elementos integrados da Matriz (altares, arco cruzeiro, púlpitos, pia batismal e coro) e das imaginárias, além da reforma do piso e da laminação do telhado, com instalação de sistema de câmeras, alarme e proteção contra incêndios.
O restaurador-chefe, Gilson Ribeiro, iniciou os trabalhos já descobrindo, sob as camadas de repintura dos retábulos colaterais, a pintura original com motivos florais. A limpeza dos altares também revelou peças, que estão expostas em um espaço de referência, dentro da Matriz. A equipe de restauro foi reforçada por Aryanne Félix e Josiane Perucci, duas jovens da comunidade de Itatiaia. Incentivadas pelo trabalho, as duas foram aprovadas no curso de restauro da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop).
A partir de agora, a comunidade de Itatiaia se ume para um novo trabalho: manter a Matriz em todo o seu esplendor. Para isso, durante o restauro, a equipe técnica promoveu palestras e oficinas de educação patrimonial, com objetivo de formar, nos moradores de Itatiaia, guardiões que vão defender a igreja e promovê-la como exemplo da história de Minas Gerais e da arte barroca do Estado. Assim, é natural que a Matriz de Santo Antônio esteja, agora, aberta à visitação.
Matriz de Santo Antônio – Itatiaia (Ouro Branco/MG)
A Matriz de Itatiaia foi construída na primeira metade do século XVIII por iniciativa das irmandades do Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e São Benedito. Apresenta duas etapas distintas de construção. A parte dos fundos do templo (capela-mor e corredores laterais) foi executada em estrutura de madeira com vedação de pau-a-pique que comprova ser a capela original. A ela foram acrescidas, posteriormente, a atual nave, as torres e o frontão, em pedra. (Fonte: Iphan)
O trabalho de restauro dos bens integrados e Acervo de Imaginárias da Matriz de Santo Antônio foi realizado pela Associação Sócio Cultural Os Bem-Te-Vis, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e com o apoio Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do Ministério da Cultura (MinC) e do Governo Federal. O projeto contemplou a recuperação do interior da construção e seus elementos artísticos como retábulos, púlpitos, arco-cruzeiro, balaustrada da nave, coro e pia batismal. Também foram contempladas a reforma do assoalho, a instalação de câmeras de segurança, a laminação do telhado e a restauração e conservação do acervo de imaginárias.