Com o prazo apertado e em meio a problemas financeiros, prefeituras do interior de Minas correm contra o tempo para viabilizar o Carnaval. Diante das dificuldades encontradas há menos de um mês da festa, há o risco de os municípios adotarem programações mais modestas, inclusive em cidades históricas, onde a folia é mais tradicional.
Em Diamantina, na região Central, um dos mais tradicionais carnavais do Estado ainda não está confirmado. Depois de assumir o cargo de prefeito e afirmar que os cofres estão vazios, Maurício da Paixão Maia (PSDB) corre atrás de parcerias para tornar a festa momesca viável.
Em encontro com a Associação Comercial da cidade, a entidade informou que não teria recursos para arcar com todas as despesas. A prefeitura recorre agora ao governo estadual na tentativa de conseguir parte da verba. A reunião deve ocorrer nesta semana.
Mesmo que consiga apoio, já é certo que a programação não terá a mesma proporção de anos anteriores. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Diamantina, cerca de R$ 900 mil costumam ser investidos no Carnaval da cidade. Neste ano, porém, eles buscam fazer uma festa menor, com R$ 500 mil.
Caos
Em Santa Luzia, na região metropolitana, a folia foi cancelada. “Um município com problemas de coleta de lixo, sistema de saúde deficiente, salários atrasados e cerca de R$ 150 milhões em dívidas não pode se dar ao luxo de investir no Carnaval”, afirma o prefeito recém-empossado, Carlos Calixto (PSB).
Empecilhos também atrapalham a realização da festa em Sabará, na RMBH. A dificuldade é a falta de informações sobre o orçamento destinado ao evento. O valor foi definido no ano passado, na gestão anterior. A prefeitura atual ainda não teve acesso aos documentos.
Apesar dos problemas, a folia já está confirmada na cidade histórica. Quinze blocos e quatro escolas de samba desfilarão no centro histórico. A expectativa é a de que pelo menos 60 mil pessoas visitem o município, por dia.
Familiar
Apostando em uma folia à moda antiga – com direito a marchinhas –, Mariana, na região Central, não fará grandes investimentos no Carnaval de 2013. “Nossa festa é caseira, com a presença de bandas locais. Queremos valorizar o que é da nossa terra”, justifica Mirian Rocha, secretária de Turismo e Cultura. Um dos blocos mais antigos do país, o Zé Pereira da Chácara, é presença confirmada.
Na vizinha Ouro Preto, a prefeitura corre contra o relógio para fechar a programação. A mudança de prefeito atrasou a organização da folia, que só começou a ser discutida neste mês. O desfile das escolas de samba e a participação das bandas ainda são negociados.